segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Prof.º Alcides "Zulingo" Kammer de Andrade

Prof.º Alcides Kammer de Andrade - "Zulingo"
Alcides Kammer de Andrade era filho do senhor Benedito de Andrade e da senhora Luiza Kammer, ambos descendentes de alemães, o que esclarece a origem de seu apelido, Zulingo, em alemão – Sohnlein = Filhinho em português.
Alcides nasceu na cidade de Araras - SP, interior de estado, na data de 18 de dezembro de 1907, cidade esta onde menino cursou o primário e praticou escotismo.
Em 1926 mudou-se para a cidade Leme - SP, cidade vizinha a sua terra natal, cerca de 20 km, onde veio a morar com os primos Leonilda - “Dona Nenê”, e Ângelo Consentino, ambos músicos participantes da Orquestra do Cine Guarany, onde a qual acompanhava na época os filmes mudos.
E foi com eles que Alcides iniciou sua trajetória na música e aprendeu a tocar piano com Dona Nenê e clarineta, com Ângelo, onde posteriormente passou também a tocar saxofone.
Em 1928 Alcides já participava da Corporação Musical Lemense a qual era regida pelo primo Ângelo Consentino, nessa mesma época Alcides trabalhava como servente no grupo Escolar Cel. Augusto Cesar.
Em 1931, após prestar o serviço militar retornou a Leme e ao grupo Escolar exercendo a função de porteiro.
Nos anos 30 revelou seu talento poético, publicando versos no jornal “O Girassol” editado naquela época por jovens da cidade.
Em 1936 casou-se com a professora Maria do Carmo Venchiarutti, com a qual teve dois filhos: a menina Marialci e o garoto Alcimar.
A década de 40 foi cheia de atividades e produções para o “Sr. Zulingo”, prestou o curso de Madureza na cidade de São Paulo – capital, conseguindo, com excelentes notas o diploma do curso ginasial, Alcides concluiu seus estudos musicais no Conservatório Musical Carlos Gomes na cidade de Campinas - SP, onde na qual entrou no 8º ano - (o curso completo era de 9 anos).
Em 1945, deu a Leme um dos mais valiosos presentes recebido por esta cidade, a composição “Salve Leme”, hino oferecido ao então prefeito o sendor Dr. Eurico Arrais Seródio, onde o qual foi serviu para comemorar os 50 anos da elevação da Vila de Leme a município de Leme na data - 29 de agosto de 1895 - 1945.
O dia 2 de dezembro de 1977, através do decreto nº1316, a composição “Salve Leme” foi então oficializado com Hino da cidade.
Ainda na década de 40, exercendo a função de secretário no Grupo Escolar, organizou e regeu o orfeão do mesmo, e a fim de angariar fundos para a “Caixa Escolar”, montou os famosos Festivais de fim de ano onde os quais ficaram famosos na cidade, tão carente de eventos culturais.
Tais espetáculos consistiam em pequenas operetas, com temas variados, encenadas pelos alunos do referido grupo escolar.
Nessas festas Sr. Zulingo era polivalente; compunha as músicas, fazia as letras, criava e enfeitava o cenário, desenhava os figurinos, dirigia e acompanhava ao piano os alunos atores.
Em 1950, com a instalação do Ginásio Estadual de Leme, hoje colégio “Newton Prado”, juntamente com sua esposa Dona Nana, Zulingo ministrava aulas de Matemática, História e Geografia.
Em 1957 aposentou-se no Grupo Escolar e continuou trabalhando na alfabetização de adultos e como professor de Português no Colégio “Mário Leme Walter”, onde o qual nos anos 60 foi também diretor.
Concomitante a todas as atividades exercidas, também mantinha constante sua produção musical e poética, legando para posterioridade inúmeras composições dentre elas, os hinos dos Ginásios Estaduais “Newton Prado” e “Queiroz Filho”.
Duas grandes homenagens foram feitas ao eterno professor, a primeira homenagem esta localizada na Vila Blumer, onde o seu apelido foi eternizado um uma rua do bairro, Rua Professor Zulingo.
A outra grande homenagem localiza-se na Vila Sumaré, mais precisamente a Rua Lourenço Leme – 956, onde uma Escola Municipal de Ensino Fundamental inaugurada no final dos anos 70, inicio dos anos 80, recebeu seu nome – EMEF “Prof.º Alcides Kammer de Andrade.  
Professor Zulingo faleceu na data de 30 de Julho de 1970, seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, tendo em seu jazigo como epitáfio o seguinte verso:

“Leme, meu torrão tão querido!
Leme, linda terra de amor!
Leme, és um sonho florido
Que alegra e encanta o viver 
Tudo em ti é esplendor,
Linda terra de amor!”

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Fonte: Museu Histórico Municipal de Leme – “Profº Celso Zoega Táboas”
Texto adaptação: Gregório Bispo
Colaboração: Prof.ª Eloisa Carvalho
Postado por: Gregório Bispo
Obs: Em nome do Museu Histórico Municipal de Leme – “Prof.º Celso Zoega Táboas”, nossos sinceros votos de agradecimentos e estima, a senhora Prof.ª Eloisa Carvalho, renomada historiadora, a qual sempre se colocou a disposição de nos ajudar a contar histórias de fatos e pessoas relacionados a essa Nossa Terra. Obrigado.

Gregório Bispo – Secretaria da Cultura / PML