segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mulher Lemense, Mulher Brasileira... seu nome Maria Augusta Thomaz

Maria Augusta Thomaz nasceu na cidade de Leme – SP, mais precisamente na Rua João Pessoa, 424, área central na cidade, na data de 14 de Novembro de 1947.
Filha do senhor Aniz Thomaz, natural de Leme – SP, e senhora Olga Michael Thomaz, natural de Santa Cruz da Conceição – SP. São avôs paternos, o senhor Baptista Antonio Thomaz e senhora Catharina Mattar Thomaz. São avôs maternos, o senhor Constantino Michael e senhora Augusta Schwenger Michael.
Seus pais tinham como profissões na época de seu nascimento: o senhor Aniz Thomaz – Cirurgião Dentista e a senhora Olga Michael Thomaz – Professora Primária.
Maria Augusta era irmã mais velha em uma família de cinco irmãos, em relatos, sempre que necessário era ela quem zelava pelos irmãos mais novos. 
Em relação aos estudos, assim que Maria Augusta completou a escola normal, partiu para a cidade de Campinas – SP, onde a principio tentou ingressar na Faculdade de Psicologia da PUC, não obtendo êxito.
Com a decepção, Maria Augusta voltou a Leme onde passou a lecionar em escola municipal a fim de juntar dinheiro suficiente para tentar um novo vestibular. Fim do ano letivo e novamente partiu ela desta vez para a cidade de São Paulo em busca novamente de uma vaga para cursar Filosofia, onde nesta segunda tentativa obtendo êxito, ingressando assim na Faculdade de Filosofia de São Paulo (Instituto Sedes Sapientae da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Em 12 de Outubro de 1968 Maria Augusta juntamente com outros 692 estudantes foi presa por agentes da repressão a serviço da ditadura na cidade de Ipeúna – SP, na tentativa de ali realizarem o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes no ano de 1968.
A perseguição aos estudantes fez com que Maria Augusta abandonasse os estudos, a vida em família e até mesmo o país, para que assim pudesse aderir à residência clandestina ao regime militar.
Na época Maria Augusta fazia parte da Organização PCB – Partido Comunista Brasileiro.
Inconformada com os rumos tomados pelo regime político implantado no país após o Golpe de 1964 ela não se submeteu, transformou em objetivos próprios, optando pela via áspera e tormentosa da resistência.
O ideal de liberdade humana enchia-lhe o espírito e rebelou-se contra a alternativa de sujeitar-se a obedecer. Não se curvando a isso e sabendo que trilharia um caminho sem volta ela não desistiu. Todavia, contudo, porém, ela com isso sempre teve a morte rondando seus passos e mesmo assim tinha ela em mente que morrer pela pátria seria viver eternamente.
As cidades Leme, bem como a cidade de São Paulo fizeram a Maria Augusta as suas homenagens, dando a ela primeiramente na cidade de São Paulo uma rua localizada no bairro de Leopoldina seu nome - Rua Maria Augusta Thomaz. Já em Leme a Rua Maria Augusta Thomaz esta localizada no bairro Vila Blummer.
Condenada pela ditadura militar foi absolvida pela história, deixando em seus anais a sua marca.

Fonte: Museu Histórico Municipal de Leme “Prof.º Celso Zoega Táboas”
Texto: Gregório Bispo
Postado por: Gregório Bispo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um pouco de história: Theatro Municipal de São Paulo


Theatro Municipal de São Paulo

HISTÓRICO
O Theatro Municipal de São Paulo nasceu embalando os sonhos de uma cidade que crescia com a indústria e o café e que nada queria dever aos grandes centros culturais do mundo no início do Século XX. Como em 1898 a cidade perdera para um incêndio o Teatro São José, palco das suas principais manifestações artísticas, tornava-se imperativo construir um espaço à altura das grandes companhias estrangeiras.
O arquiteto Ramos de Azevedo e os italianos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi iniciaram a construção em 1903 e, em 12 de Setembro de 1911, o Theatro Municipal foi aberto ante de uma multidão de 20 mil pessoas, que se acotovelava às suas portas. São Paulo se integrava, então, ao roteiro internacional dos grandes espetáculos.
Pelo palco do Theatro Municipal passaram nomes como Maria Callas, Enrico Caruso, Arturo Toscanini, Claudio Arau, Arthur Rubinstein, Ana Pawlova, Nijinsky, Isadora Duncan, Nureyev, Margot Fonteyn, Baryshnikov, Duke Ellington, Ella Fitzgerald.
Tantos nomes, tantos espetáculos e ainda o cenário do movimento que promoveu uma grande transformação cultural no Brasil: a "Semana de Arte Moderna de 22".
A construção do Theatro Municipal foi considerada arrojada para a época: recebeu influência da Ópera de Paris e sua arquitetura exterior tem traços renascentistas barrocos do século XVII. Em seu interior, muitas obras de arte: bustos, bronzes, medalhões, paredes decoradas, cristais, colunas neoclássicas, vitrais, mosaicos e mármores garantem um banquete para os olhos do espectador mais atento.
Duas grandes obras marcaram as mudanças e renovações no Theatro: a primeira, em 1954, criou novos pavimentos para ampliar os camarins, reduziu os camarotes e instalou o órgão G. Tamburini; a segunda, de 1986 a 1991, restaurou o prédio e implementou estruturas e equipamentos mais modernos.
Para celebrar o Centenário, em 12 de Setembro de 2011, o Theatro Municipal de São Paulo sofreu a terceira obra, esta bem mais complexa que as demais, por restaurar todo o edifício e modernizar o palco.
Para tal, as fachadas e a ala nobre foram restauradas, 14.262 vidros que compõem os conjuntos de vitrais recuperados, as pinturas decorativas resgatadas com base em fotos antigas e o palco foi equipado com os mais modernos mecanismos cênicos.
O Theatro Municipal de São Paulo passou de departamento da Secretaria Municipal de Cultura à Fundação pública de Direito público em 27 de maio de 2011, o que confere maior agilidade e autonomia à gestão.
O corpo artístico do Theatro Municipal de São Paulo é composto pela Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, Coral Lírico, Coral Paulistano e as Escolas de Dança e de Música de São Paulo.

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Praça Ramos de Azevedo, s/nº - Centro - SP
Telefone: (11) 3397-0300
email:
teatromunicipal@prefeitura.sp.gov.br

Postado por: Gregório Bispo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Carnaval de Máscaras da Fazenda Cresciumal: A História - por João Correia Filho

O CarnaLeme 2012 terá uma novidade que promete encantar os foliões de Leme e região. Pela primeira vez, a Apresentação de Máscaras da Fazenda Cresciumal será realizada na Praça “Ruy Barbosa”, visando aproximar este tradicional festejo folclórico de toda população. O desfile de máscaras fecha o carnaval lemense na terça-feira de Carnaval, 21 de fevereiro, a partir das 16h, com destaque para as inúmeras e variadas fantasias, que vão desde temas carnavalescos até vestimentas de terror, animais, palhaços, etc.
A Apresentação de Máscaras do Núcleo Cresciumal possui mais de 70 anos de história e se tornou uma tradição passada de pai para filho. O evento, que não era realizado desde 2006, foi resgatado no ano passado pela Secretaria de Cultura, através de uma parceria com os foliões da fazenda. Novamente, haverá premiação para as melhores fantasias.
Segundo o secretário de Cultura, Marcel Arle, esta será uma grande oportunidade para as pessoas reverem ou curtirem pela primeira vez esse espetáculo folclórico. “A realização do clássico Desfile de Máscaras do Cresciumal na Praça Central enriquece ainda mais a programação do CarnaLeme. Nosso objetivo é levar alegria e entretenimento para toda população, inclusive os apreciadores dos antigos carnavais”, destacou o secretário de Cultura, Marcel Arle. O CarnaLeme 2012 acontece de 17 a 21 de fevereiro e contará com atrações para todas as idades, com o tema “Como é bom viver no interior”.


Fonte:
Secretaria de Comunicação Social - PML

Leia mais: Folia de Monstros
A tradição começou no início do século 20, com os primeiros imigrantes italianos e alemães que chegaram a Leme, cidade de 90 mil habitantes localizada 198 quilômetros a nordeste da capital paulista. Os colonos que iam para as grandes fazendas da região, como a Fazenda Cresciumal, fundada pelo Barão de Souza Queiroz no século 19, levavam na bagagem, além de muita vontade de trabalhar nas lavouras de café, parte de sua cultura, mitos e festas. Uma delas, a do carnaval de máscaras, inspirada nos seculares carnavais europeus, resistiu bravamente e ainda hoje é mantida pelos moradores da “colônia” de Cresciumal, como eram chamados os núcleos de casas dos trabalhadores nas antigas fazendas.
Embora não existam registros e documentos oficiais, sabe-se que o carnaval rural de Leme tem pelo menos 70 anos, quase ininterruptos, que já atravessaram quatro gerações. Uma das poucas interrupções da tradição aconteceu em 2006, quando parte da fazenda (a usina de açúcar Cresciumal) foi vendida a uma empresa francesa que demitiu inúmeros funcionários, entre eles os que moravam na casas da colônia e mantinham a tradição de confeccionar as fantasias.
Cinco anos depois, os moradores sentiram necessidade de retomar a antiga paixão e, assim, renasceu a peculiar folia dos monstros da Fazenda Cresciumal, que acontece no pátio da colônia, sempre aberta ao público, no último dia de Carnaval, na terça-feira. Em 2011, a festa foi realizada com força total, com a apresentação e o desfile de 52 máscaras. No passado não passavam de 40.
Uma tradição carnavalesca preservada em Leme, no interior de São Paulo, conjuga monstros, palhaços e fantasias elaboradas, feitas com materiais reciclados, criatividade e consciência ecológica. O Carnaval rural também pode ser surrealista
Os 70 anos do costume “abrasileiraram” tanto os moradores quanto a tradição das máscaras, que ganhou contornos distintos da festa trazida da Europa. As fantasias ganharam novos elementos e o Carnaval virou uma festa coreográfica de monstros e palhaços. A explicação da inusitada mistura é mais simples do que parece, afirma José Kilian, filho de alemães e italianos e participante da organização da folia há mais de 40 anos: “Inicialmente eram só máscaras de palhaço, mais tradicionais. Pouco a pouco, apareceram figuras de animais. E dos animais, surgiram os monstros”, conta o ex-morador da Fazenda Cresciumal.
Durante a festa, dois grupos de personagens – os palhaços e os monstros – têm funções diferentes e “invertidas”: aos monstros cabe dançar e cair na folia, exibindo sua feiura (e beleza) num desfile de horrores que chama a atenção pela precisão, pela criatividade e pelo realismo. Já aos palhaços cabe a função de aterrorizar os foliões, provocar correrias e assustar crianças, jovens e adultos, que correm para não levar uma bexigada nas costas – bexigas de boi infladas, arremessadas com força (outra tradição dos imigrantes).
Durante meses, antes da festa, os moradores da fazenda colecionam bexigas dos bois mortos na região para encher de ar. Os golpes provocam um estalido estridente, que deixa as costas vermelhas e um cheiro pouco agradável no ar. A brincadeira já se tornou tão tradicional e aceita pelo público que há sempre gente fazendo questão de entrar na pancadaria. Há também os palhaços conhecidos como “linguiceiros”, que carregam uma linguiça calabresa mergulhada em cerveja. Ela é passada nos lábios dos mais distraídos e deixa um gosto amargo na boca.
Outro aspecto importante na festa é seu caráter ecológico. A grande maioria das máscaras é produzida com papel reciclado, papel machê e materiais como sementes, flores, sucata, massa de biscuit, sisal, palha de milho e sacos plásticos. Na maioria das vezes é confeccionado um modelo de argila, sobre o qual é aplicado o papel machê e, depois, materiais de decoração. Embora já comecem a surgir fantasias feitas de fibra de vidro, que confere maior resistência e durabilidade, o costume de reciclar os materiais e usar com criatividade surrealista ainda permanece.
Mais do que a alegria de brincar, a folia dos monstros de Leme transmite a mensagem de que para preservar a tradição e a natureza é preciso reciclar também as idéias.


Texto e Fotos: João Correia Filho
Postado por: Gregório Bispo
Fonte: Revista Planeta

Link: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/464/artigo219186-1.htm

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Prof.º Alcides "Zulingo" Kammer de Andrade

Prof.º Alcides Kammer de Andrade - "Zulingo"
Alcides Kammer de Andrade era filho do senhor Benedito de Andrade e da senhora Luiza Kammer, ambos descendentes de alemães, o que esclarece a origem de seu apelido, Zulingo, em alemão – Sohnlein = Filhinho em português.
Alcides nasceu na cidade de Araras - SP, interior de estado, na data de 18 de dezembro de 1907, cidade esta onde menino cursou o primário e praticou escotismo.
Em 1926 mudou-se para a cidade Leme - SP, cidade vizinha a sua terra natal, cerca de 20 km, onde veio a morar com os primos Leonilda - “Dona Nenê”, e Ângelo Consentino, ambos músicos participantes da Orquestra do Cine Guarany, onde a qual acompanhava na época os filmes mudos.
E foi com eles que Alcides iniciou sua trajetória na música e aprendeu a tocar piano com Dona Nenê e clarineta, com Ângelo, onde posteriormente passou também a tocar saxofone.
Em 1928 Alcides já participava da Corporação Musical Lemense a qual era regida pelo primo Ângelo Consentino, nessa mesma época Alcides trabalhava como servente no grupo Escolar Cel. Augusto Cesar.
Em 1931, após prestar o serviço militar retornou a Leme e ao grupo Escolar exercendo a função de porteiro.
Nos anos 30 revelou seu talento poético, publicando versos no jornal “O Girassol” editado naquela época por jovens da cidade.
Em 1936 casou-se com a professora Maria do Carmo Venchiarutti, com a qual teve dois filhos: a menina Marialci e o garoto Alcimar.
A década de 40 foi cheia de atividades e produções para o “Sr. Zulingo”, prestou o curso de Madureza na cidade de São Paulo – capital, conseguindo, com excelentes notas o diploma do curso ginasial, Alcides concluiu seus estudos musicais no Conservatório Musical Carlos Gomes na cidade de Campinas - SP, onde na qual entrou no 8º ano - (o curso completo era de 9 anos).
Em 1945, deu a Leme um dos mais valiosos presentes recebido por esta cidade, a composição “Salve Leme”, hino oferecido ao então prefeito o sendor Dr. Eurico Arrais Seródio, onde o qual foi serviu para comemorar os 50 anos da elevação da Vila de Leme a município de Leme na data - 29 de agosto de 1895 - 1945.
O dia 2 de dezembro de 1977, através do decreto nº1316, a composição “Salve Leme” foi então oficializado com Hino da cidade.
Ainda na década de 40, exercendo a função de secretário no Grupo Escolar, organizou e regeu o orfeão do mesmo, e a fim de angariar fundos para a “Caixa Escolar”, montou os famosos Festivais de fim de ano onde os quais ficaram famosos na cidade, tão carente de eventos culturais.
Tais espetáculos consistiam em pequenas operetas, com temas variados, encenadas pelos alunos do referido grupo escolar.
Nessas festas Sr. Zulingo era polivalente; compunha as músicas, fazia as letras, criava e enfeitava o cenário, desenhava os figurinos, dirigia e acompanhava ao piano os alunos atores.
Em 1950, com a instalação do Ginásio Estadual de Leme, hoje colégio “Newton Prado”, juntamente com sua esposa Dona Nana, Zulingo ministrava aulas de Matemática, História e Geografia.
Em 1957 aposentou-se no Grupo Escolar e continuou trabalhando na alfabetização de adultos e como professor de Português no Colégio “Mário Leme Walter”, onde o qual nos anos 60 foi também diretor.
Concomitante a todas as atividades exercidas, também mantinha constante sua produção musical e poética, legando para posterioridade inúmeras composições dentre elas, os hinos dos Ginásios Estaduais “Newton Prado” e “Queiroz Filho”.
Duas grandes homenagens foram feitas ao eterno professor, a primeira homenagem esta localizada na Vila Blumer, onde o seu apelido foi eternizado um uma rua do bairro, Rua Professor Zulingo.
A outra grande homenagem localiza-se na Vila Sumaré, mais precisamente a Rua Lourenço Leme – 956, onde uma Escola Municipal de Ensino Fundamental inaugurada no final dos anos 70, inicio dos anos 80, recebeu seu nome – EMEF “Prof.º Alcides Kammer de Andrade.  
Professor Zulingo faleceu na data de 30 de Julho de 1970, seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, tendo em seu jazigo como epitáfio o seguinte verso:

“Leme, meu torrão tão querido!
Leme, linda terra de amor!
Leme, és um sonho florido
Que alegra e encanta o viver 
Tudo em ti é esplendor,
Linda terra de amor!”

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Fonte: Museu Histórico Municipal de Leme – “Profº Celso Zoega Táboas”
Texto adaptação: Gregório Bispo
Colaboração: Prof.ª Eloisa Carvalho
Postado por: Gregório Bispo
Obs: Em nome do Museu Histórico Municipal de Leme – “Prof.º Celso Zoega Táboas”, nossos sinceros votos de agradecimentos e estima, a senhora Prof.ª Eloisa Carvalho, renomada historiadora, a qual sempre se colocou a disposição de nos ajudar a contar histórias de fatos e pessoas relacionados a essa Nossa Terra. Obrigado.

Gregório Bispo – Secretaria da Cultura / PML